O vento desliza nos vidros de uma janela fechada
Bate, ao de leve, esperando conseguir uma entrada
Aguarda, paciente, que o vidro se torne ausente
Percorre-o com carícias fingidas de quem mente.
Sinto-me como o vento que aguarda sem se cansar
Que uma janela se abra e talvez me deixe entrar
Espero com uma calma que se balança cá dentro
Que se passeia serena, controlando cada movimento.
Mas não sou como o vento, que se move sem se ver
Que percorre o mundo e nunca se dá a conhecer
Tu conheces-me e sabes de mim como ninguém
Talvez por não ser como o vento, nem ter o que ele tem.
Serenidade, hei-de encontrar-te junto ao vento
Onde se passeiam os sonhos de quem espera
Perseverança, hei-de conquistar-te num momento
Quando encontrar essa tranquilidade que me modera.
Elsa Azevedo
Elsa Azevedo
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Imagens por: Pedro Pinheiro