Soltas, porque não as consigo unir
Eles fogem entre os meus dedos
Sacodem-me e continuam a sorrir.
Pontas, alimentam-se da fraqueza
Da angústia escondida, da tristeza
Tornam-me escrava da sua fortaleza.
São linhas de pensamento efémero
Algo que não escondo, algo sincero
Pontas, que me caem entre os dedos
Soltas, sacudindo os meus segredos.
Deixo que se libertem estas pontas
Que levem o que de mim já não existe
Escrevendo ninharias, por vezes, tontas
Daquilo que sei que também já sentiste.
Elsa Azevedo
Elsa Azevedo
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Imagens por: Pedro Pinheiro