Mundo Imaginário...

Escrevo, sem ler as palavras que se deitam sobre a folha imaginária na minha mão. Elas esforçam-se por escrever o teu nome. Insisto não o recordar. Seguimos, noite dentro, nesta teimosia de criança e termino com uma lágrima no olhar. Brilha enquanto desliza até cair nas minhas mãos. Seguro-a para não perder o nome que se esconde no interior. Não é um nome qualquer. É o teu. É o nome de um grande amor. Na minha mão essa lágrima perde o brilho. Evapora-se na pele como se fosse uma gota de água caída num charco ressequido. Mais lágrimas cairão dos meus olhos. Todas com o teu nome gravado na sua essência. E as palavras? Essas insistem recordar-me a tua existência. Cada linha inventada, cada texto codificado, são encruzilhadas sem qualquer mistério. São frases que não escondo, verdades desvendadas. Fico assim neste estado intermediário. Onde a lucidez se perde neste pequeno mundo imaginário.

Elsa Azevedo