Por entre linhas indefinidas de neblina
Contemplo a tua silhueta unindo-se à minha
Talvez sejam os meus olhos que me mentem
Ou simplesmente os teus que não me sentem.
Uma lágrima desliza para lá do horizonte
Atravessa a neblina e cai sobre essa ponte
Que construíram para podermos atravessar
Mas que ainda insistes em não querer pisar.
A névoa permanece na minha paisagem
Talvez seja ela que me causa esta miragem
Lá longe, teimas em ignorar a minha presença
Evitas o meu rosto como se evitasses uma sentença.
O horizonte irá permanecer fora do meu alcance
Mas sei que irei continuar a olhá-lo de relance
A neblina continuará a esconder uma silhueta
Talvez um dia a encontre aqui neste planeta.
Elsa Azevedo
Elsa Azevedo
—————
—————
—————
Imagens por: Pedro Pinheiro