Escrever como se me deitasse no papel
Como se fosse tinta esculpida pelo cinzel
Ser a cor negra caída de um pequeno pincel
Unir-me à página como se esta tivesse mel.
Ser a escrita que faz sentido nos teus lábios
Ser a melodia que embala o teu coração
Ou as letras certas inventadas pelos sábios
Que nos devolvem o sentido da razão.
Talvez não possa ser mais do que palavras
Escritas vãs que para o papel são atiradas
Talvez não possa ser a tinta gravada
Ou o papel dobrado onde ela é guardada.
Posso ser a memória de tudo o que escrevo
Guardar a glória de uma frase inventada
Marcar a nossa história com algum relevo
Ser parte da poesia outrora desenhada.
Elsa Azevedo
Elsa Azevedo
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Imagens por: Pedro Pinheiro