Escritas...

23-03-2011 22:49

 

Escrever como se me deitasse no papel

Como se fosse tinta esculpida pelo cinzel

Ser a cor negra caída de um pequeno pincel

Unir-me à página como se esta tivesse mel.

 

Ser a escrita que faz sentido nos teus lábios

Ser a melodia que embala o teu coração

Ou as letras certas inventadas pelos sábios

Que nos devolvem o sentido da razão.

 

Talvez não possa ser mais do que palavras

Escritas vãs que para o papel são atiradas

Talvez não possa ser a tinta gravada

Ou o papel dobrado onde ela é guardada.

 

Posso ser a memória de tudo o que escrevo

Guardar a glória de uma frase inventada

Marcar a nossa história com algum relevo

Ser parte da poesia outrora desenhada.

 

Elsa Azevedo

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   Imagens por: Pedro Pinheiro

 

 

 

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