Bloqueei os meus sentidos de uma vez
Não quero ser capaz de sentir o mundo
Travei o início de uma estranha lucidez
Que torna o meu raciocínio moribundo.
Mas que dormência será capaz de me apagar
Este fogo que arde no meu peito sem cessar
A culpa de um desejo estúpido de sair vencedora
Num jogo do qual nunca passei de uma amadora.
Queria que essa dormência inundasse o meu eu
Eliminasse esse desejo que alguém me cedeu
Queria que essa dormência me apaziguasse
Num breve instante todos os meus sonhos levasse.
Vou manter um bloqueio do meu ser sentimental
Uma voz muda que interrompe o meu eu racional
Não quero saber daquilo que arde dentro de mim
Tentarei esquecer a razão que me deixou assim.
Elsa Azevedo
Elsa Azevedo
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Imagens por: Pedro Pinheiro