Como um rio...

20-09-2011 13:32

 

Sentei-me junto ao rio e observei a quietude da água a reflectir o sol. Uma corrente elegante acariciava as margens cobertas por lama e pedras. Descalcei-me e roubei um pouco dessas caricias. Fechei os olhos e pensei em tudo. Não apenas nos segredos guardados naquelas águas profundas. Pensei que poderia ser como o rio e cheguei a uma conclusão: sou como ele. Nas profundezas do meu pensamento também guardo segredos. Como o rio que apenas segue a corrente que lhe foi destinada, nunca conseguindo inverter o sentido e voltar a tocar no mesmo sítio, também eu não tenho a capacidade de voltar atrás e refazer os passos que dei. O rio passa e na sua corrente arrastam-se os pedaços do mundo que se perdeu do seu caminho. O meu rio é o meu destino. Ele segue sem voltar atrás ou repetir a passagem de um acontecimento. Nesse percurso, vão-se arrastando pessoas que conheci e que quero arrastar comigo nessa corrente. As que ficam para trás assemelham-se aos troncos secos que se afundam no rio. Perdem a força e caiem na água. São vencidos pelo tempo e sucumbem a um mundo que não conseguem acompanhar.
 
Abri os olhos e encarei a luz brilhante a atravessar a água cristalina. Vi um reflexo sorrir movendo-se consoante os movimentos serenos da água. Era a tua imagem, o teu sorriso...

 

Elsa Azevedo

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   Imagens por: Pedro Pinheiro

 

 

 

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