Carta...

28-12-2011 13:16

 

Era apenas um tipo de papel diferente, gasto pelo toque constante daqueles mesmos dedos que seguravam a saudade nos olhos. As letras, já não tinham o brilho jovem que as fez crescer. Alongavam-se pelas linhas, curvavam-se nos parágrafos e morriam nos pontos finais. Os dedos, calejados e vividos, percorriam a folha lentamente, perdendo a noção do tempo enquanto rodopiavam sob as manchas salgadas que debotavam a memória das palavras. O tempo criou essa distância entre o que foi escrito, quem escreveu e quem leu. A recordação de quem lê sobre um passado guardado no presente, é como quem vive num tempo onde não existe futuro. São lágrimas que vertem a esperança de alcançar outra realidade, algo que se perdeu na transição dos dias e jamais retornará. Uma esperança gasta pelo reviver do passado. O papel nada consegue trazer de volta. Ele guarda, com certo egoísmo, os segredos de quem lhe confidenciou os seus medos. E o passado permanece como um reflexo nublado aos olhos de quem já não anseia por ver o amanhã a nascer.

 

Elsa Azevedo

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   Imagens por: Pedro Pinheiro

 

 

 

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