Aquilo que vejo...

01-09-2011 00:05

 

Aquilo que vejo...
É o mesmo que tu vês?
Uma mistura de sombras vazias agarradas a recordações esquecidas que se perdem no infinito da imaginação. Como peixes podres debruçados sobre as entranhas descarnadas de um passado recente que insiste estupidamente transcender o presente.
 
Aquilo que vejo...
É o mesmo que tu vês?
Pessoas vazias, por fora e por dentro. Olho para elas e não vejo quem são, o que são. Para mim, são apenas corpos que se passeiam por onde passo. Caminham, mas não quero que caminhem a meu lado. Porque vejo que não levam nada no pensamento. São olhares vazios, ocos, ausentes que se cruzam com o meu. Procuro uma réstia de brilho, talvez um sonho perdido, enterrado nas suas mentes. Sento-me longe dos vultos que não consigo compreender. Mexem-se como eu, mas não os consigo realmente ver. Sento-me e fecho os olhos. Ouço passos rápidos de quem quer chegar a lado nenhum. Passam ao lado da vida que se senta num banco de jardim a contemplar o céu azul. Sapatos correm no alcatrão e transportam pés sedentos de viver. Passam tão depressa, com medo da vida não esperar pelos seus passos. Alguns pés tropeçam ao mudar de sentido. Ouço-os a abrandar com hesitação. Logo seguem o seu rumo sem me prestar grande atenção. Abro os olhos e continuo a ver vultos ausentes a correr ao meu lado. Junto-me a eles, que talvez o melhor é ninguém ficar parado.
 

Elsa Azevedo

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   Imagens por: Pedro Pinheiro

 

 

 

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