Alentejo

17-02-2011 21:54

  

"Planícies estendiam-se no meu campo de visão. Eu estava sentada num muro de pedra e estava um dia de sol maravilhoso. Duas crianças brincavam e lançavam gargalhadas por entre as pequenas flores amarelas que coloriam o chão. O céu azul estendia-se ao longo das planícies criando um contraste com o verde e o amarelo da paisagem. Fechei os olhos e inspirei o ar perfumado do campo. Cheirava a tremocilhas. A brisa acariciava-me a pele e sentia-me em paz, tranquila, como há muito tempo não me sentia. As crianças saltavam e corriam atrás uma da outra. Recordavam-me a mim própria quando tinha a idade delas. Sentia a liberdade de poder correr pelos campos fora, de cair e tornar a levantar-me e continuar a correr em busca de mais flores para apanhar, de mais sítios encantados para explorar.

A menina tinha cabelos compridos castanhos que encaracolavam nas pontas assemelhando-se a canudos. O menino tinha a mesma idade, cabelo castanho liso que lhe dava um pouco por cima dos ombros. Sorriam para mim e acenavam-me eufóricos para assinalar a sua presença no meio das tremocilhas. Peguei na máquina fotográfica e comecei a fotografá-los. Seria um momento para registar e recordar mais tarde. Não seria a última vez que visitaríamos o Alentejo e as suas extensas planícies de pura natureza e harmonia. Sentia que as minhas raízes jamais sairiam daquele local e que por mais anos que passassem sentiria que aquela era a minha terra, o meu mundo."

 
 
 
 
 
 
 
 
 

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   Imagens por: Pedro Pinheiro

 

 

 

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